tag:blogger.com,1999:blog-22067983326819941322024-03-05T08:11:50.840-08:00CURTOS PRAZERES | Ariel PáduaAriel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.comBlogger239125tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-65826101091434777602011-09-26T14:20:00.000-07:002011-09-26T14:21:47.225-07:00CORAÇÃOEmbriagado de amor, saio da escuridão para a luz.<br /><br />Como o brilho cego e surdo nos dentes do garoto perfeito no comercial.<br /><br />E a vida vem à tona, em todos os tons.<br /><br />Vivo nas nuvens. Mas meu chão é feito de sonhos.<br /><br />Porque a embriagues do amor tem gosto de vinho tinto, tem vida, tem sangue nas veias, nos olhos e no coração.<br /><br />E, assim, expulso meus demônios: acreditando no sol, no céu e no som.<br />No mar, no sal, e no açúcar das melancias.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">ARIEL PÁDUA</span>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-18709375213802455922011-05-31T13:35:00.000-07:002011-07-15T11:36:03.422-07:00toxinasligo a TV<br />aquela amiga fiel<br />que paguei em 12 vezes<br />com assistência estendida<br /><br />enquanto durarem os programas<br />superpopulares<br />de sábado à tarde<br /><br />a tela é quadrada<br />como a janela da sala<br />com grades<br /><br />mas tudo que nela passa<br />desce redondo<br />mas nada fica<br />nem as lindas e chocantes<br />assimetrias<br /><br /><strong>ariel</strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-42659012651621236932011-05-21T14:58:00.000-07:002011-05-21T15:01:41.780-07:00joão de barrohoje fiquei de coração calado<br />deixei os romances e os calmantes<br />presos na gaveta<br />(comportados)<br /><br />hoje fui ver o sol nas calçadas<br />que esburacadas falavam<br />'a vida tem que ser arte<br />nunca um mero artesanato'<br /><br />hoje fiquei bravo, alegre, triste<br />porque vivo, e, vivo, sou, feliz<br /><br />e sendo, vou querendo<br />e o querer tem disso<br />isso de ter e de não ter<br /><br />todos querem ter razão<br />de qualquer coisa<br />só pra ter<br />é quando perdem tudo<br />sem perceber<br /><br />a razão nunca ajudou muito<br />vamocombinar<br />entre ter razão e ser feliz<br />a segunda opção sempre será<br />a mais desejada.<br /><br />só não quero ter razão<br />- a razão dos chatos -<br />os chatos sempre tem razão.<br /><br />arielAriel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-82606072376591169972011-05-21T14:57:00.001-07:002011-05-21T14:57:32.658-07:00DesabafoMeu mundo interno é feito de vida, vida de verdade. Pois assim deve ser. Por isso não devo me estender. Nem brincar com as palavras. Porque as palavras são coisa séria. E valem ouro. E a verdade pode ser dita em poucas e simples palavras. Simples, raras, caras... As coisas complexas nem sempre são boas, mas são sempre complexas. Mas, não vamos aqui, culpar as palavras. São sempre as pessoas, não as palavras. As palavras, bonitinhas lá como estão no dicionário, são fieis ao seu sentido. Mas as pessoas pretendem, dissimulam, fingem, mentem. E nós acreditamos quase sempre porque somos enganáveis. Toda pessoa é enganável. Justamente por confiar. Confiar, um verbo tão nobre. Sobretudo, confiar nos próprios sentidos. E tomar como verdade o que parece verdade. É nessa hora que o virtual fura a fila e entra na festa do real sem ser barrado. E, quando os nossos sentidos são enganados, nos sentimos os únicos idiotas do mundo. Não. O ser humano, tal como é, não pode tomar uma decisão por segundo. Por isso erra. E erraria mesmo que tivesse tempo de decidir. Então, decidi parar um pouquinho de reagir e reagir e apenas executar tarefas sem sentido, sem tesão, sem prazer. Só quero mudar, mudar, mudar...<br /><br />Ariel PáduaAriel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-21211347158825505222011-03-07T18:00:00.000-08:002011-03-07T18:05:02.880-08:00pirulitos & cotonetesdecidi não saber<br />o ritmo certo das coisas<br />decidi não correr<br /><br />no ritmo louco da cidade<br />somente acompanhar<br />sua sombra, sua idade<br /><br />pra não deixar meu<br />eu<br />fugir, eu corro<br /><br />em silêncio, breco<br /><br />ou grito (!)<br /><br />e depois de mil palavras<br />morro em palavras<br />acordo em silêncio, seco<br /><br />e acalmo o fraco aflito<br /><br />com apitos & confetes<br />pirulitos & cotonetes<br />pontas & boquetes<br /><br />no final da festa, recuso<br /><br />a ressaca<br />moral<br />da história, morou (?)<br /><br /><br /># arielAriel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-20367147388944385972011-02-17T14:40:00.000-08:002011-02-18T05:00:23.285-08:00Cidade das CriançasEra domingo. Voltávamos da "Cidade das Crianças", um parque público em Rio Preto, interior de São Paulo. Na minha memória (infantil) "era enorme, mágico, gigantesco". Foi um longo e divertido domingo, sem brigas na família. Sem papos de supermercado e contas de telefone. Chegamos em casa, cansados, destruídos. Sujos, suados. O carro, um Gol 85, a álcool, cheio de lama. Minha mãe viajava. Estávamos com meu pai. Um jornalista louco, desastrado, ousado, careta. Um cara que admira, ao mesmo tempo, o Brizola e o Fernando Henrique. Mas de fato, algumas de suas facetas são bem engraçadas. Chegamos. Ufa! Cansados, suados, fedidos. Eu, Ariel, Camila, minha irmã e Jary, meu pai, que ao chegar, trancou todo o carro com a chave dentro e, desesperado, tentou abrir o carro com uma colher! Sim, uma colher. Teve a brilhante ideia de ir até a cozinha e pegar uma colher, a única ferramenta que devia conhecer. Tentou enfiar no buraco da porta do carro, e nada. Tentou de todos os jeitos, e nada. Como se o Gol velho fosse uma lata de leite em pó. Nessas alturas, Camila já estava bem longe com suas Barbies sem pernas. Mas, eu estava ali atônito, passado. 11 anos, talvez. Assistindo àquela cena patética. O meu pai, separado recentemente da minha mãe, estava tentando abrir o carro com uma colher, desesperado, "estafado". Depois de entortar umas 6 colheres, desistiu, foi se deitar, descansou. No dia seguinte, como mágica, tudo se resolveu. Minha mãe, geminiana, mulher!, sempre prevenida, tinha uma cópia da chave, claro. E tudo não foi mais que um susto ou uma piada de mau gosto.<br /><br />Ariel PáduaAriel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-60893817606109625682011-02-14T14:19:00.000-08:002011-02-14T14:23:13.526-08:00nerd caipiracada palavra vazia<br />e retoricamente transparente<br />na sua basicalidade demente<br />generalista,<br />geral, de massa, portanto,<br />média,<br />mediana; mediocre como todo<br />o pensamento judeizado,<br />atômico e hollywodiano.<br /><br />nessa trevas, de capitalismo<br />mimado, misturado com tudo,<br />mais fundo<br />nas cores, sedutoras e belas.<br />só elas. pelas janelas.<br /><br />nos amores superficiais,<br />nos rumores extra oficiais,<br />nos sabores virtuais,<br />nas flores artificiais.<br /><br />sinceramente desleal e provinciano<br />em cada gesto de nada,<br />penteando sua franja pentecostal.<br /><br />implosivo e deseducativo. <br />e ela foi a grande<br />revolução feminina<br />depois da pílula e da<br />minissaia.<br /><br />arielAriel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-80066292648633950012011-01-29T14:01:00.000-08:002011-01-29T15:16:47.528-08:00talvez<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJHrMWSPPQlwAFKXBQRpLy9dIpfE-PZGtpZ2kuUfSiCMjBAUZyuNPM99O9O4QSTE42RrS30NQM1EMIaVAaQ-YKG1HJFcBSOc75uYe2ehAs5eI5_SSA244Q_WhhlZPNEsczkEitaPxQ7utO/s1600/BASQUIAT-Self-portrait.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 310px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567750626854099442" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJHrMWSPPQlwAFKXBQRpLy9dIpfE-PZGtpZ2kuUfSiCMjBAUZyuNPM99O9O4QSTE42RrS30NQM1EMIaVAaQ-YKG1HJFcBSOc75uYe2ehAs5eI5_SSA244Q_WhhlZPNEsczkEitaPxQ7utO/s400/BASQUIAT-Self-portrait.jpg" /></a><br /><div></div><br /><div>às vezes parece que<br />todos os livros do mundo<br />não dizem nada<br />além de sim ou não<br /><br />alguns detalhes<br />podem passar<br />despercebidos e soar<br />como indiferença<br /><br />falhas e navalhas<br />atravessam<br />corações e até<br /><br />os ponteiros impacientes<br />do relógio<br />precisam das pilhas<br />e detestam o tempo<br /><br />ditador das horas<br />que sempre diz<br />tarde demais<br /><br /><br /><strong>ariel</strong></div>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-27646808292274939812011-01-28T07:16:00.000-08:002011-01-29T15:12:27.396-08:00A última estrela<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGZdVyVkGpkVu56sI8ZBXnZ5cawPXfRdyy6yQjUPCskpnp4kOme9v1EvBGWXDF7vkQ72DfTYlSnE5DDQrLhjD5Tf2HA6cB_7qx2Ya6IKDiJ1C5YUMh5PcobHC5MUZayO5vBdv3p9ORA82m/s1600/madfami.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; DISPLAY: block; HEIGHT: 321px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567749588320281506" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGZdVyVkGpkVu56sI8ZBXnZ5cawPXfRdyy6yQjUPCskpnp4kOme9v1EvBGWXDF7vkQ72DfTYlSnE5DDQrLhjD5Tf2HA6cB_7qx2Ya6IKDiJ1C5YUMh5PcobHC5MUZayO5vBdv3p9ORA82m/s400/madfami.jpg" /></a><br /><div></div><div>A mulher mais famosa do mundo, acima de todas as atrizes, acima de todas as cantoras, porque é um pouco de tudo, essa é Madonna, considerada por boa parte da crítica como a “rainha do pop”. Madonna é o último ídolo real, que causa histeria real, que é real, rainha, talvez, por isso, irrite boa parte da opinião pública. E ainda temos o agravante do nome, das polêmicas religiosas. Da filha que teve com um personal trainner cubano, da lista de polêmicas maior que sua lista de namorados, da briga com Bush contra a Guerra do Iraque. Madonna é a mais famosa, mas também tem muita rejeição. E é justamente por causa dessa rejeição, que metade da mídia, sempre sem rende à diva do momento, uma "nova Madonna" sem os "problemas" da verdadeira.<br /><br />No Brasil, nunca tivemos algo parecido e, talvez, nunca teremos. Talvez, em país algum houve uma Madonna, nem mesmo nos Estados Unidos, onde ela nem é tão popular assim, mas conta com prestígio e status de rainha, assim como na Inglaterra. Mas no fundo, Madonna é do mundo. Suas músicas são fáceis e de bom gosto, perfeitas para aulas de inglês e sua carreira ultrapassou 30 anos, sempre em alta. Sem jamais conhecer o fracasso. Sim, ela viveu o sonho americano, mas jamais viveu uma vida americana.<br /><br />Ariel Pádua</div>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-67800540267856452382010-12-19T14:23:00.000-08:002011-01-29T15:04:06.567-08:00Cobaias<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu20Qsn8rSb2d-2zf483hwTtLkBzPRGSJLJyG10xwc8Z8QtTCY8KK8EBcQ-_f5WeTKFrwifvWt4A072Da1Hd8V8DkRY5DiZ97wmQqK_qU1nQEcLgsHAQTpE4mh_hNdDcDUKpwodvaBx4gx/s1600/romero-britto-britto-mickey-mouse.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 323px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5565478413414883042" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgu20Qsn8rSb2d-2zf483hwTtLkBzPRGSJLJyG10xwc8Z8QtTCY8KK8EBcQ-_f5WeTKFrwifvWt4A072Da1Hd8V8DkRY5DiZ97wmQqK_qU1nQEcLgsHAQTpE4mh_hNdDcDUKpwodvaBx4gx/s400/romero-britto-britto-mickey-mouse.jpg" /></a><br /><div></div><div>A sociedade de consumo, na era da vida midiática, coloca a pessoa humana na condição de personagem de um suposto eu, real, representando uma tragédia contemporânea, ventilando no tempo e no espaço, em órbita, <em>personagem neutralizado</em> por um determinismo da ordem das imagens e da <em>sedução</em>.<br /><br />Na sociedade do espetáculo, cada minuto da sua atenção vale ouro, mas você não vale nada como indivíduo, apenas como <em>consumidor</em>. Cidadão é apenas um nome elegante para consumidor. E é por essa razão que o “mercado” tenta enquadrar as empresas no modelo “socialmente responsável”. Trata-se de uma manobra do <em>sistema</em> para dizer a si mesmo: “o cidadão é mais relevante que o consumidor, o consumo é uma consequência da vida”. Não. O consumo é criado, inventado nos estúdios e laboratórios. Tribos são criadas em revistas. “Estilos de vida” são definidos por marketeiros e economistas. E as cobaias, somos nós.<br /><br /><br /><strong>ARIEL PÁDUA</strong></div>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-71051555598719207082010-11-11T15:19:00.000-08:002011-01-23T12:15:33.891-08:00True Blue<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkvXB0ZPupYFb-ZUBGPc94WldT3ckdXkKp8DzGv_rIN9Wv9B0fKJIIQ_m99SvcGTg4AWfIhfGFvo6t97jBQNaNnzWZLAZViOsbRbosgVfDwVnYtlCsXgnzcj-F8kHmJI1yWrVz_3Hf7MdX/s1600/04.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 378px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5565477547253854322" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkvXB0ZPupYFb-ZUBGPc94WldT3ckdXkKp8DzGv_rIN9Wv9B0fKJIIQ_m99SvcGTg4AWfIhfGFvo6t97jBQNaNnzWZLAZViOsbRbosgVfDwVnYtlCsXgnzcj-F8kHmJI1yWrVz_3Hf7MdX/s400/04.jpg" /></a><br /><br /><br />Sentir carinhos conhecidos<br />No fundo, sonha<br />E no fundo, esconde<br />Bem longe<br />O que nunca poderá<br />Ser no fundo<br /><br />Nenhuma gota de chuva<br />Molhará o veludo azul<br />Hoje, nada me fará blue<br /><br />Ligue-me a TV<br />No canal 2<br />Por favor, é hora da novela<br />Hora de ver velhas atrizes<br />Plastificadas, botocadas<br />Elas mesmas, enfim<br />Em algum apartamento elegante<br />Do Leblon, ao som de uma bossa<br /><br />Velha. Amanhã, estarei novo<br />Pronto, de novo, pra sentir<br />Seus carinhos, falsos, estrangeiros.<br /><br />ARIEL PÁDUAAriel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-39326777712896092292010-10-19T14:57:00.000-07:002011-01-29T15:51:37.239-08:00Esquerda<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcKdcTLXmCHUKR-GE_-Za3CvCDV5e9xgFW7Koj5lfmqR_YDWE2j0RvcRqPArpAeHld7Zn-OS4JMbP1Zky0xGi9ZLk6qUZJ3enDkkHtTjT9tYPt6p-s0jzsPBMuAgxjqD9GnbcWGvTrZDk5/s1600/warhol5.png"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 304px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5567759705998086722" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcKdcTLXmCHUKR-GE_-Za3CvCDV5e9xgFW7Koj5lfmqR_YDWE2j0RvcRqPArpAeHld7Zn-OS4JMbP1Zky0xGi9ZLk6qUZJ3enDkkHtTjT9tYPt6p-s0jzsPBMuAgxjqD9GnbcWGvTrZDk5/s400/warhol5.png" /></a><br /><div>Sou aquele que decifra teu sorriso. Aquele que quase te ama. Que quase te cura. Quase te abraça. E os sons do teu ser me atravessam como ondas. E continuo sendo. Ciumento. Exilado. De cimento. Atrás do que eu poderia ser se. Ou festejando, me despedindo com festa. Enquanto o lado direito do meu cérebro cria e se importa, do lado esquerdo do meu peito bate um coração intimidado, orgulhoso, cheio de tudo, até de amor. Cheio de uma certeza apontada para o lado de lá.<br /><br /><br /><strong><span style="color:#c0c0c0;">Ariel Pádua</span></strong></div>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-51604102306851495062010-08-09T16:56:00.000-07:002010-08-09T16:58:42.840-07:00lábios levesolhos brilhantes<br />de aço cirúrgico<br />apertam o amanhã<br />contra a parede<br /><br />deparo com as partes<br />do todo embaralhado<br />como um sonho<br />desconexo<br /><br />faço retratos camuflados<br />da situação<br />embaraçosa<br />chamada vida,<br /><br />um sol chamado deus<br />um planeta líquido<br />chamado terra<br /><br />devo citar o amor<br />feito de morangos maduros<br />bem doces & prontos para<br />morrer<br /><br />devo citar nessa hora<br />a estrela que acreditou<br />na cartomante<br />pra ser feliz<br /><br /><strong><span style="color:#cc33cc;">ariel</span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-12523123537865205752010-07-07T09:29:00.000-07:002010-08-09T17:24:59.034-07:00caracteresdum jeito só meu<br />prosaico rabisco crenças<br />té botar no papel<br />toda vida já foi<br />dissolvida<br /><br />num copo num corpo<br />único e duplo<br /><br />como perceber objetos<br />de desejo dizer dizeres<br />sim não obrigado<br />passa semana que vem<br /><br />dum jato só ir<br />do pensamento à<br />ação já tão cúmplice<br />da emoção<br /><br />seja ela o sereno<br />suor da cidade será<br />sempre uma casa<br />espelhada<br /><br /><br /><strong><span style="color:#cc33cc;">ariel</span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-66986407248458100082010-07-04T10:17:00.000-07:002010-07-04T10:19:41.733-07:00Débito AutomáticoA burguesia, com todo o seu padrão de comportamento e força criativa, poder de sedução e necessidade de constante inovação – muitas vezes substituída por um simulacro de novidade –, é mais que encanto, é vital para o sistema de trocas monetárias, ou se preferirem, digitais.<br /><br />Pensamentos letais: ligar a TV ou bater um bolo? Talvez, o bolo primeiro e a TV depois. Dá nos nervos nego, dá nos nervos esse show perfeito mecânico, messiânico, equalizado, padronizado, neutro e cínico. É o show do marketing (político) e sua venda desenfreada de ideais de felicidade.<br /><br />Mas a grana precisa, sobretudo e sempre, da imaginação, da abstração, da tela em branco, da falta de explicações, do mágico, do religioso, do encantamento. Assim como o luxo precisa do lixo, amigos inseparáveis.<br /><br />Todos querem se livrar do lixo, mas ninguém quer perder o luxo. Ou, melhor dizendo, ninguém quer perder. Mas todos perdem. Trata-se de uma operação sistemática de subtração. E o resto do resto, é o espetáculo do espetáculo, ou seja, as cinzas.<br /><br /><strong><span style="color:#cc33cc;">Ariel Pádua<br /></span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-85214269863544634052010-06-24T16:11:00.000-07:002010-06-25T16:04:31.167-07:00MicroondasCobrava explicações<br />Coerentes<br /><br />Daquela noite branca<br /><br />Nada restou na manga<br />Nenhum coelho na cartola<br />Enquanto rostos cansados<br />Dormiam tranquilos<br /><br />No coração da tarde<br /><br />Sonhavam<br />Voavam<br />Viviam<br /><br />Essas pessoas espertas seguras convincentes<br />Ou simplesmente<br />À altura<br />De uma metralhadora<br /><br />Nuvens de som<br />Se formavam num céu instável<br />Contra um azul perfeito<br />Da cor do amanhã<br /><br />O inverno era opaco e precipitado<br />No entanto era terça dia de pagar<br />A luz<br />E as horas eram horríveis<br /><br /><span style="color:#cc33cc;"><strong><span style="color:#cc33cc;">Ariel Pádua</span></strong> </span><br /><p><span style="color:#cc33cc;"></span></p><p><span style="color:#cc33cc;"><span style="color:#000000;"><span style="color:#cccccc;">“Ou, se preferirem, há emoção quando o mundo dos utensílios desaparece bruscamente e o mundo mágico aparece em seu lugar.”<br /></span><br /></span><strong><span style="color:#cc33cc;">Jean-Paul Sartre</span></strong></span></p><p><embed src="http://www.youtube.com/v/ig15yl6FVJM&hl=" width="480" height="385" type="application/x-shockwave-flash" fs="1&" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always"></embed></p>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-25977332077528599232010-06-08T17:41:00.000-07:002010-07-04T10:50:44.894-07:00Fome de Beleza<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu21iZFH3fqIatKHlw2Y0yqRopACozSYC2hv_B4wnsF672MYwBqhWqXYTy2VDCtC7LDbBGIijhRjLXw_9aNy6_WnkLrwfRiDJhPO4ZaM4-Y5AVXLw0Sq7tAFS2wYZ_s5BRYoErgfeT4R62/s1600/daniel-araujo-2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5482291368790979250" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 330px; CURSOR: pointer; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu21iZFH3fqIatKHlw2Y0yqRopACozSYC2hv_B4wnsF672MYwBqhWqXYTy2VDCtC7LDbBGIijhRjLXw_9aNy6_WnkLrwfRiDJhPO4ZaM4-Y5AVXLw0Sq7tAFS2wYZ_s5BRYoErgfeT4R62/s400/daniel-araujo-2.jpg" border="0" /></a><br />Tênis branco, calça vermelha, jaqueta marrom, cabelos e olhos castanhos, maravilhosamente comuns.<br /><br />Fedia a cigarro, os joelhos ralados, a risada boba, o ar de reizinho.<br /><br />“A burguesia transformou todos em pequenos burgueses” - disse, do alto da sua beleza adolescente.<br /><br />Beleza radiante, quase prepotente, com ares de estudante francês.<br /><br />Enquanto gelos gigantes derretiam morbidamente em copos de caipirinha...<br /><br />Irã descrevia seu tédio com todas as metáforas pobres que sabia.<br /><br />Ele não estava entre os vinte meninos mais inteligentes da Califórnia, mas sua euforia tinha gosto de vida.<br /><br />Um dia, contou a história de Wanda: “Era uma neguinha manca, daquelas que fediam a perfume duvidoso. Parisiana!, chamava o tal perfume...”.<br /><br />Do banheiro – com a porta aberta – eu ouvia a história engraçada e maldosa, antes de apertar o botão da descarga.<br /><br />Pensei, fechando o zíper, que o amor – única palavra sem sinônimo – bota o tédio abaixo de zero e arranca o homem do seu aquário.<br /><br />E a beleza, essa só vale, se for roubada para ser habitada.<br /><br /><span style="COLOR: rgb(51,51,51);" ><strong>Ariel Pádua</strong></span>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-35154461384801285452010-06-03T09:22:00.000-07:002010-06-24T16:15:25.017-07:00Coleção<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrkOFPXQdzzFCdphMBqHfIF4AgoAjEwIUpqURfuayPwjrU9hSDFjKkh2OGayuDPCq3D20OfirTA6_bZkhT_xa96EQYJKBAX1j0RZFssgwRyyIW4edSkVi2MdcVJwqKOSO67f4wMTuYXucv/s1600/daniel-araujo-1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5482292718199228450" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: pointer; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrkOFPXQdzzFCdphMBqHfIF4AgoAjEwIUpqURfuayPwjrU9hSDFjKkh2OGayuDPCq3D20OfirTA6_bZkhT_xa96EQYJKBAX1j0RZFssgwRyyIW4edSkVi2MdcVJwqKOSO67f4wMTuYXucv/s400/daniel-araujo-1.jpg" border="0" /></a><br />Página 57, percebeu que o livro tinha profundidade, alguma alma, certa originalidade, possíveis dimensões sociológicas, mas era chato, bem chato.<br /><br />Cada palavra, mal colocada, tinha uma sombra com vida própria. Tudo devidamente coberto por poeira.<br /><br />A mala era pesada como sua vida. E como um gato, de pé, com fé, lambia as próprias feridas.<br /><br />Será que vai chover? Até quando Israel usará o passado e o cinema para justificar o presente? A dor branca dói mais?<br /><br />Enquanto Thor latia carente e pardais caiam duros do céu azul-céu como meteoritos...<br /><br />Bichas suburbanas, chineses, putas, ciganos e corretores de seguros celebravam o Dia do Trabalho.<br /><br />Todos procuravam um milagre representado quando o real é fantástico demais para ser verdade.<br /><br />O álbum de figurinhas da Copa fervia, ao sol, no banco de trás do Fusca laranja.<br /><br />Latia Thor, carente, para pequenos garotos que sorriam malvadinhos com seus estilingues improvisados.<br /><br />Sombra de mim, caricatura quase cicatrizada, fechei o álbum incompleto, botei na terceira gaveta.<br /><br />E dormi sem respostas.<br /><br /><span style="FONT-WEIGHT: bold; COLOR: rgb(51,51,51)color:#33cc00;" >Ariel Pádua</span>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-26701315749189504462010-05-26T15:56:00.000-07:002010-06-20T07:49:49.395-07:00corriqueiro<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtZoB9NKW8dMEFouDbM5Hax2JCo3eoQjPWDw_fAtgT97n2mtwjcZfyQrlAl1C8_3X1hoLe2X-nHXg27zozHKu2-wviNzenymw8Qoio0n9pJP0pCmDR88zUB71XF7rk_nKigzHdkwer12ks/s1600/nova_bandeira_do_brasil.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 281px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtZoB9NKW8dMEFouDbM5Hax2JCo3eoQjPWDw_fAtgT97n2mtwjcZfyQrlAl1C8_3X1hoLe2X-nHXg27zozHKu2-wviNzenymw8Qoio0n9pJP0pCmDR88zUB71XF7rk_nKigzHdkwer12ks/s400/nova_bandeira_do_brasil.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5484868134010433650" border="0" /></a><br /><br />papoproar condicionado a engolir sapos e mentiras sempre evito sem sucesso a primeira pessoa do singular calçado como com os olhos como aquela noite os cadarços coloridos no plural afinal circular preciso de rimas mais finas metáforas mais desaforadas menos óbvias no próximo possível poema se não vão saber que eu não tenho mesmo nada a dizer assim divertido talvez eu faça sentido fragmentado desviando de formigueiros civilizados roubando livros de autoajuda<br /><br /><br /><strong><span style="color: rgb(51, 51, 51);">ariel</span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-25280366883033026232010-05-14T10:39:00.000-07:002010-05-24T09:55:12.503-07:00O Bruxinho Adolescente<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6dWnQLWA2j7qxdesXiP0y1MIDln-Cag1T4atujK1IpX9AQsi_HKzIiuRo54NcbF099wfXyby0rRURtln8ljo7qH9X8i5ZhjDYnil-wq569ynSeotbq_ZdM55Kyv0Z2OHWowhJsANy1I2S/s1600/super-mario-worldjpg.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 300px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5471519846292937442" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6dWnQLWA2j7qxdesXiP0y1MIDln-Cag1T4atujK1IpX9AQsi_HKzIiuRo54NcbF099wfXyby0rRURtln8ljo7qH9X8i5ZhjDYnil-wq569ynSeotbq_ZdM55Kyv0Z2OHWowhJsANy1I2S/s400/super-mario-worldjpg.jpg" /></a><br />Ele era querido por todos. O bruxinho adolescente dos anos 80/90. Zerou Supermario 8 vezes no Phantom System. Era fã de Madonna, Lenny Kravitz e Radiohead. Meio loiro assim do cabelo queimado tipo surfista, mas sem aquela pegada, era meio nerd, surfista de butique e já morou em Floripa até.<br /><br />João Lucas, tinha nome comum, nome composto, nome de dois santos, mas de comum nada tinha. Era o cara. Seu quarto cheio de pôsteres e coleções de tudo que não tem utilidade. Aparentemente comum, clichê. Mas, admirava Pasolini, Almodóvar... Achava meio nada a ver jogar basquete, odiava a Globo e acreditava em conspirações. Depois, meio que acostumou, aceitou a vida, a Shakira, o Ricky Martin, k-k-k.<br /><br />Beijou as mãos de sua mãe, logo ao acordar, e pensou em coisas da vida, coisas da mídia: qual o sentido de torcer pro Palmeiras, gente? Qual a proposta?$!%#<br /><br />Sua idade, 15 e meio. Quase já podia votar. Era quase já um lobisomem americano. Brasileiro. Acreditava em Deus. Na Mãe Terra. No Bill Clinton, no Bill Gates, na Ruth Cardoso... Só não acreditava em si mesmo. Cheio de espinhas, complexado, tímido, (invisível).<br /><br />Em cada lágrima de cafeína, sentia gosto de chuva, enxurrada, gripe, escola, piolho... A infância ia embora, junto com a caixa de brinquedos da Estrela, o Phantom System e as coleções que não combinavam com a nova decoração da casa. Dona Vera, chamou um arquiteto de nome na cidade, o mais medíocre e mais rico.<br /><br />João Lucas só fazia cursinho e pensava no jeito mais fácil de sair de casa pelo elevador social. E voltar, só pra se mostrar, cheio de histórias, como um vencedor, como nos games: matar o chefão e passar de fase.<br /><br />Cafona, sonhou com marte, tipo um filme B ou um clipe da Britney Spears, caminhava em marte. Na terra vermelha, árida, deserta, como a vida ia ser pra sempre.<br /><br />GAME OVER<br /><br /><strong><span style="color:#333333;">Ariel Pádua</span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-54013720977621216012010-05-04T15:56:00.000-07:002010-05-04T16:39:23.464-07:00Foto SínteseCansado, vazio e quase feliz, João acendeu o cigarro proibido – fugir do tédio insípido, inodoro, incolor, onipresente, onipotente e, quem sabe, onisciente. O tédio, companheiro, junto da pinga e do cigarro proibido. Todos os sentimentos, João sentia. Nem todos entendia. Não entendia era nada. Seguia sua vida, predestinada. E, aos vinte e sete anos do segundo tempo, João não sabia pra onde ia. Não entendia a própria história, não lembrava de piadas. Desaprendeu a sorrir, desaprendeu a amar. João tudo sentia, tudo era, nada sabia. Seu coração vagabundo guardava o mundo. Na hora de dormir, abraçou o travesseiro com as pernas, de lado, na cama, como um feto. Metade das pernas cobertas, leve lençol, suave sensação, proteção... Neste dia, algum dia na vida de João, o calor era considerável, mas de ventilador não gostava. E, para finalizar o ritual – bobo, banal, profano, possível, secreto, sagrado – macarrão e meditação. De barriga cheia e cabeça serena, dormiu gostoso, a velha criança e acordou amanhã/ontem/hoje. Era preciso acordar, fazer coisas, sentir-se útil como se viver fosse quebrar nozes. Estúpido e frenético, sim, estúpido e frenético como um rato esportista em busca de um queijo impossível. Pois era no seu relativo ócio que a criança crescida criava, voava, voltava e sentia-se um alguém tendo o mundo como mestre. Às vezes, saia só, no sol, suava, sorria. Sentia a vida mais viva, às vezes. Mas a hora é nossa senhora e a semana tem sede. Então, sem olhar no relógio, foi pro escritório, a criança crescida, o rato estúpido. Café, piadas previsíveis, tudo de novo. Tudo tão velho. Na tela, o impossível queijo. No céu, o possível sol, ardendo, queimando, brilhando.<br /><br /><strong><span style="color:#333333;">Ariel</span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-62401196329639692402010-04-26T17:22:00.000-07:002010-05-04T15:52:09.965-07:00sol, lá, si, dóe há quem procure um si, um lá, um dó. quando o que precisam, realmente, é de um sol.<br /><br />que por sol encontrem diversas denominações. mas que deixe de ser tão clichê pra procurar um vão alguém.<br /><br />que seja a sua própria fonte, que se baste e acima de tudo, que não perca a sua função. teu lar também pode guardar música, perceba.<br /><br /><strong><span style="color:#333333;">nicolas dantas</span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-28945124964896582352010-04-24T13:04:00.000-07:002010-04-24T13:10:17.999-07:00Cabeça de RádioRevoltado como quem é acordado de um sonho perfeito, o menino procurou os cacos embaixo da mesa quadrada. Quatro patas, no chão, destreinadas. Revoltado, procurou um refrão que consolasse seu coração ferido. Então abriu o seu livro preferido, em qualquer página. Todas diziam o que ele sabia. E, naquele dia, não queria surpresas. Só queria o familiar. Qualquer coisa parecida com barulho de chuva e colo de mãe. Leu duas ou três frases. Sentiu o mundo um pouco mais doce. Olhou-se no espelho. Cansado, fez o sinal da cruz, para, em seguida, beijar levemente a ponta dos dedos. “Om” – cantou de si pra si. E sentiu paz, sentiu amor e outros sentimentos sem tradução, perfeitos e eternos. Foi assim que, nesse dia, o menino rebelde se refez e, novamente, voltou a sorrir.<br /><br /><strong><span style="color:#333333;">Ariel</span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-27670204654758503942010-04-14T10:17:00.000-07:002010-04-14T10:18:02.568-07:00Bichinho da MaçãCada dia que passa, sei menos do mundo e mais de mim. Gafanhotos no jardim, evasivos e frenéticos, como os chineses.<br />Só posso falar de mim<br />Nesse pedacinho de mundo.<br />Então, falo o que quiser.<br /><br />Se doar sem doer.<br />Se amar sem querer querendo<br />Como um romântico de bigode e nome composto,<br />Refaço-me-acompanho-me-recomponho.<br /><br />A cada palavra,<br />A cada gesto,<br />A cada mordida<br />Na maçãzinha, ainda verde,<br />Chamada de amor.<br /><br /><strong><span style="color:#333333;">Ariel</span></strong>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2206798332681994132.post-6949087404392370572010-04-12T13:37:00.000-07:002010-04-12T14:39:09.262-07:00APARTAMENTOS<div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiFrdul32ntecWx45yIw-cRIRMDbLBVrdrkaY_oMyjMSFA1cvG-Z35Gif9poEBgqjL-tYKLnVmiyXCu6dvCzpV_I5-VjonSNe3FULT0LG34Ibxi09KrAlSeorHw35LuT_HQny0IMi9gIHw/s1600/andy-warhol-marilyn-monroe1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5459368244147086546" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 397px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiFrdul32ntecWx45yIw-cRIRMDbLBVrdrkaY_oMyjMSFA1cvG-Z35Gif9poEBgqjL-tYKLnVmiyXCu6dvCzpV_I5-VjonSNe3FULT0LG34Ibxi09KrAlSeorHw35LuT_HQny0IMi9gIHw/s400/andy-warhol-marilyn-monroe1.jpg" border="0" /></a><span style="color:#333333;"> </span><span style="font-size:85%;color:#666666;">Andy Warhol - Marilyn Monroe</span></div><div align="center"><br /></div><div align="center"></div><div align="left">Em menos de três meses, Caio mudou de casa, cachorro, crenças, estratégias, no entanto tudo continuava aparentemente igual, externamente, enquanto sua mente rodopiava num mar de ilusões.<br /><br />“Não há como fugir das possibilidades. Que venham as possibilidades”. O possível é a representação do real. Então, tentou ser possível, viável, passível de erros, porém perfeito em sua busca não linear.<br /><br />Assim era mais um homem jogado na rua, mais um prato de sopa, enquanto algumas omeletes batiam sem sentido nos apartamentos ao som de uma “nova Madonna”.<br /><br />E aí, só ouviu os gritos dentro de si, fracos gritos. E sonhou que existia.<br /><br />Lady Star tocava pra sempre em seus ouvidos radiofônicos, televisivos, disléxicos – e invadia sua cabeça de rádio de trinta anos e pais separados. E sua FM particular se fazia entender a todos os ouvidos que queriam ouvir: golfinhos, carinhos, morcegos, bandidos, macacos e telefonemas.<br /><br />Voltou pra sua história recortada como contos de Caio. É que no fundo, nenhuma história acaba. Só começa outra etapa. Outro degrau, outra escada. Então, Caio escolheu o caminho alegre. “O caminho alegre, sereno, o caminho do amor, é obviamente, a direção certa.” – pensou.<br /><br />E lá foi Caio, caindo, voando, atravessando portais para o Nada.<br /><br />De quando em quando, entredevorava-se em suas contas e conotações sobre o futuro. Depois acordava do simulado sonho. Sabia que, na verdade, só buscava a Paz.<br /><br /><strong><span style="color:#333333;">Ariel Pádua</span></strong></div>Ariel Páduahttp://www.blogger.com/profile/14194637228887184263noreply@blogger.com2