quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

eu-e-você


cada palavra tinha pra ela um sentido sexualmente execrável como noites mal dormidas e cervejas estragando fora da geladeira sem falar no tédio chuvoso e da preguiça de fazer macarrão ouvindo qualquer coisa que parece música mas não parece novidade só o vento fresco sempre igual e sempre novo na janela de teresa dava pra ver sua lista de contatos no modo invisível covardes escondidos de si mesmos quem sabe a gente pega um cineminha mais tarde a gente vai pra casa a gente eu-e-você a gente dá um rolê ou espera acontecer de uma carta entrar por baixo da porta talvez mais propaganda pentecostal ou um rombo na conta do novo rambo do cinema nacional que é branco e mata bandidos da mesma favela onde mora depois de cheirar um certo pó de arroz percebe uma linha de expressão e um certo ar de sabichão que não sabe nada além do óbvio destino de todas as teresas tesudas ou não


Ariel

Um comentário:

Clara Tadayozzi disse...

Estilo Caio Fernando Abreu.
Esse é um dos meus favoritos.
Mas por fim, todos me favorecem de alguma forma.