Era domingo. Voltávamos da "Cidade das Crianças", um parque público em Rio Preto, interior de São Paulo. Na minha memória (infantil) "era enorme, mágico, gigantesco". Foi um longo e divertido domingo, sem brigas na família. Sem papos de supermercado e contas de telefone. Chegamos em casa, cansados, destruídos. Sujos, suados. O carro, um Gol 85, a álcool, cheio de lama. Minha mãe viajava. Estávamos com meu pai. Um jornalista louco, desastrado, ousado, careta. Um cara que admira, ao mesmo tempo, o Brizola e o Fernando Henrique. Mas de fato, algumas de suas facetas são bem engraçadas. Chegamos. Ufa! Cansados, suados, fedidos. Eu, Ariel, Camila, minha irmã e Jary, meu pai, que ao chegar, trancou todo o carro com a chave dentro e, desesperado, tentou abrir o carro com uma colher! Sim, uma colher. Teve a brilhante ideia de ir até a cozinha e pegar uma colher, a única ferramenta que devia conhecer. Tentou enfiar no buraco da porta do carro, e nada. Tentou de todos os jeitos, e nada. Como se o Gol velho fosse uma lata de leite em pó. Nessas alturas, Camila já estava bem longe com suas Barbies sem pernas. Mas, eu estava ali atônito, passado. 11 anos, talvez. Assistindo àquela cena patética. O meu pai, separado recentemente da minha mãe, estava tentando abrir o carro com uma colher, desesperado, "estafado". Depois de entortar umas 6 colheres, desistiu, foi se deitar, descansou. No dia seguinte, como mágica, tudo se resolveu. Minha mãe, geminiana, mulher!, sempre prevenida, tinha uma cópia da chave, claro. E tudo não foi mais que um susto ou uma piada de mau gosto.
Ariel Pádua
Um comentário:
se já era difícil me encontrar nas festas do ibilce, agora com um bebê ficará impossível, hehe.
mas pelos corredores...
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