Te vejo num grande navio. Com as mãos e a boca e os pés amarrados. Como uma linda flor presa na terra. Como uma grande língua presa na boca. Como o bom português preso às regras gramaticais. Guardando um rebanho de letras rebeldes.
Não há porque buscar palavras empoeiradas no dicionário se o mundo é corriqueiro. É preciso ser compreendido e instantaneamente esquecido para ser lembrado. É preciso morrer e nascer muitas vezes. Pra ter uma história pra contar.
E nadar no mar de letrinhas. E beber a sopa de ilusões até se afogar de vida.
Te vejo com seus vícios de verão, felicidades de canudinho e sonhos de confetes. Deixe as águas baixarem, verá as janelas acesas dos prédios refletidas no teu ser pequeno como um grão de areia. E grande como uma grande rocha.
Todos sabem, no fundo (do mar), que o impossível é apenas o contrário do possível. O não, não existe. O impossível é apenas uma palavra secundária, derivada, do medo. O impossível é possível.
Não imagine uma praia deserta. Não! Tarde demais. O sim novamente venceu.
Ariel
2 comentários:
"E nadar no mar de letrinhas. E beber a sopa de ilusões até se afogar de vida."
prazeroso como ler qualquer palavra que te inspire.
ambiguo como toda escrita lida por pessoas distintas.
bonito como ser vivido de sonho e consumido por ideias. por mais utopico que seja.
Gostei muito dessa, Ariel!
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