Arte: Daniel Araújo
Circular e gravitacional – feito uma peça num quebra-cabeças impossível e radiante –, busco raízes esquecidas, referências mortas-vivas sem lugar real, pois já não há nada além da sedução. De tempos em tempos, somos atingidos por uma histeria histórica sem sentido, ventilando como borboletas alucinadas que em dado momento param de bater as asas por motivos térmicos ou esotéricos. E aí só fica o resíduo. O mel. Doce e grudento feito uma música eterna, tocando sem cessar. Na ordem do dia dos simulacros, tudo isso passa batido. Bato uma. Bato duas vezes na porta que não abre. Bato palmas, só, na platéia de qualquer Medeia. Soníferos sonoros, sorrisos holográficos. Sem sombra de dúvida, sei quem sou. Mesmo que meu passado tenha sido simulado pela máquina de moer sonhos e meu futuro seja incerto como todos os futuros abrigos. Queridas abóboras, ezis-tu!
ARIEL
ARIEL
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