Embriagado de amor, saio da escuridão para a luz.
Como o brilho cego e surdo nos dentes do garoto perfeito no comercial.
E a vida vem à tona, em todos os tons.
Vivo nas nuvens. Mas meu chão é feito de sonhos.
Porque a embriagues do amor tem gosto de vinho tinto, tem vida, tem sangue nas veias, nos olhos e no coração.
E, assim, expulso meus demônios: acreditando no sol, no céu e no som.
No mar, no sal, e no açúcar das melancias.
ARIEL PÁDUA
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
terça-feira, 31 de maio de 2011
toxinas
ligo a TV
aquela amiga fiel
que paguei em 12 vezes
com assistência estendida
enquanto durarem os programas
superpopulares
de sábado à tarde
a tela é quadrada
como a janela da sala
com grades
mas tudo que nela passa
desce redondo
mas nada fica
nem as lindas e chocantes
assimetrias
ariel
aquela amiga fiel
que paguei em 12 vezes
com assistência estendida
enquanto durarem os programas
superpopulares
de sábado à tarde
a tela é quadrada
como a janela da sala
com grades
mas tudo que nela passa
desce redondo
mas nada fica
nem as lindas e chocantes
assimetrias
ariel
sábado, 21 de maio de 2011
joão de barro
hoje fiquei de coração calado
deixei os romances e os calmantes
presos na gaveta
(comportados)
hoje fui ver o sol nas calçadas
que esburacadas falavam
'a vida tem que ser arte
nunca um mero artesanato'
hoje fiquei bravo, alegre, triste
porque vivo, e, vivo, sou, feliz
e sendo, vou querendo
e o querer tem disso
isso de ter e de não ter
todos querem ter razão
de qualquer coisa
só pra ter
é quando perdem tudo
sem perceber
a razão nunca ajudou muito
vamocombinar
entre ter razão e ser feliz
a segunda opção sempre será
a mais desejada.
só não quero ter razão
- a razão dos chatos -
os chatos sempre tem razão.
ariel
deixei os romances e os calmantes
presos na gaveta
(comportados)
hoje fui ver o sol nas calçadas
que esburacadas falavam
'a vida tem que ser arte
nunca um mero artesanato'
hoje fiquei bravo, alegre, triste
porque vivo, e, vivo, sou, feliz
e sendo, vou querendo
e o querer tem disso
isso de ter e de não ter
todos querem ter razão
de qualquer coisa
só pra ter
é quando perdem tudo
sem perceber
a razão nunca ajudou muito
vamocombinar
entre ter razão e ser feliz
a segunda opção sempre será
a mais desejada.
só não quero ter razão
- a razão dos chatos -
os chatos sempre tem razão.
ariel
Desabafo
Meu mundo interno é feito de vida, vida de verdade. Pois assim deve ser. Por isso não devo me estender. Nem brincar com as palavras. Porque as palavras são coisa séria. E valem ouro. E a verdade pode ser dita em poucas e simples palavras. Simples, raras, caras... As coisas complexas nem sempre são boas, mas são sempre complexas. Mas, não vamos aqui, culpar as palavras. São sempre as pessoas, não as palavras. As palavras, bonitinhas lá como estão no dicionário, são fieis ao seu sentido. Mas as pessoas pretendem, dissimulam, fingem, mentem. E nós acreditamos quase sempre porque somos enganáveis. Toda pessoa é enganável. Justamente por confiar. Confiar, um verbo tão nobre. Sobretudo, confiar nos próprios sentidos. E tomar como verdade o que parece verdade. É nessa hora que o virtual fura a fila e entra na festa do real sem ser barrado. E, quando os nossos sentidos são enganados, nos sentimos os únicos idiotas do mundo. Não. O ser humano, tal como é, não pode tomar uma decisão por segundo. Por isso erra. E erraria mesmo que tivesse tempo de decidir. Então, decidi parar um pouquinho de reagir e reagir e apenas executar tarefas sem sentido, sem tesão, sem prazer. Só quero mudar, mudar, mudar...
Ariel Pádua
Ariel Pádua
segunda-feira, 7 de março de 2011
pirulitos & cotonetes
decidi não saber
o ritmo certo das coisas
decidi não correr
no ritmo louco da cidade
somente acompanhar
sua sombra, sua idade
pra não deixar meu
eu
fugir, eu corro
em silêncio, breco
ou grito (!)
e depois de mil palavras
morro em palavras
acordo em silêncio, seco
e acalmo o fraco aflito
com apitos & confetes
pirulitos & cotonetes
pontas & boquetes
no final da festa, recuso
a ressaca
moral
da história, morou (?)
# ariel
o ritmo certo das coisas
decidi não correr
no ritmo louco da cidade
somente acompanhar
sua sombra, sua idade
pra não deixar meu
eu
fugir, eu corro
em silêncio, breco
ou grito (!)
e depois de mil palavras
morro em palavras
acordo em silêncio, seco
e acalmo o fraco aflito
com apitos & confetes
pirulitos & cotonetes
pontas & boquetes
no final da festa, recuso
a ressaca
moral
da história, morou (?)
# ariel
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Cidade das Crianças
Era domingo. Voltávamos da "Cidade das Crianças", um parque público em Rio Preto, interior de São Paulo. Na minha memória (infantil) "era enorme, mágico, gigantesco". Foi um longo e divertido domingo, sem brigas na família. Sem papos de supermercado e contas de telefone. Chegamos em casa, cansados, destruídos. Sujos, suados. O carro, um Gol 85, a álcool, cheio de lama. Minha mãe viajava. Estávamos com meu pai. Um jornalista louco, desastrado, ousado, careta. Um cara que admira, ao mesmo tempo, o Brizola e o Fernando Henrique. Mas de fato, algumas de suas facetas são bem engraçadas. Chegamos. Ufa! Cansados, suados, fedidos. Eu, Ariel, Camila, minha irmã e Jary, meu pai, que ao chegar, trancou todo o carro com a chave dentro e, desesperado, tentou abrir o carro com uma colher! Sim, uma colher. Teve a brilhante ideia de ir até a cozinha e pegar uma colher, a única ferramenta que devia conhecer. Tentou enfiar no buraco da porta do carro, e nada. Tentou de todos os jeitos, e nada. Como se o Gol velho fosse uma lata de leite em pó. Nessas alturas, Camila já estava bem longe com suas Barbies sem pernas. Mas, eu estava ali atônito, passado. 11 anos, talvez. Assistindo àquela cena patética. O meu pai, separado recentemente da minha mãe, estava tentando abrir o carro com uma colher, desesperado, "estafado". Depois de entortar umas 6 colheres, desistiu, foi se deitar, descansou. No dia seguinte, como mágica, tudo se resolveu. Minha mãe, geminiana, mulher!, sempre prevenida, tinha uma cópia da chave, claro. E tudo não foi mais que um susto ou uma piada de mau gosto.
Ariel Pádua
Ariel Pádua
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
nerd caipira
cada palavra vazia
e retoricamente transparente
na sua basicalidade demente
generalista,
geral, de massa, portanto,
média,
mediana; mediocre como todo
o pensamento judeizado,
atômico e hollywodiano.
nessa trevas, de capitalismo
mimado, misturado com tudo,
mais fundo
nas cores, sedutoras e belas.
só elas. pelas janelas.
nos amores superficiais,
nos rumores extra oficiais,
nos sabores virtuais,
nas flores artificiais.
sinceramente desleal e provinciano
em cada gesto de nada,
penteando sua franja pentecostal.
implosivo e deseducativo.
e ela foi a grande
revolução feminina
depois da pílula e da
minissaia.
ariel
e retoricamente transparente
na sua basicalidade demente
generalista,
geral, de massa, portanto,
média,
mediana; mediocre como todo
o pensamento judeizado,
atômico e hollywodiano.
nessa trevas, de capitalismo
mimado, misturado com tudo,
mais fundo
nas cores, sedutoras e belas.
só elas. pelas janelas.
nos amores superficiais,
nos rumores extra oficiais,
nos sabores virtuais,
nas flores artificiais.
sinceramente desleal e provinciano
em cada gesto de nada,
penteando sua franja pentecostal.
implosivo e deseducativo.
e ela foi a grande
revolução feminina
depois da pílula e da
minissaia.
ariel
sábado, 29 de janeiro de 2011
talvez
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
A última estrela
A mulher mais famosa do mundo, acima de todas as atrizes, acima de todas as cantoras, porque é um pouco de tudo, essa é Madonna, considerada por boa parte da crítica como a “rainha do pop”. Madonna é o último ídolo real, que causa histeria real, que é real, rainha, talvez, por isso, irrite boa parte da opinião pública. E ainda temos o agravante do nome, das polêmicas religiosas. Da filha que teve com um personal trainner cubano, da lista de polêmicas maior que sua lista de namorados, da briga com Bush contra a Guerra do Iraque. Madonna é a mais famosa, mas também tem muita rejeição. E é justamente por causa dessa rejeição, que metade da mídia, sempre sem rende à diva do momento, uma "nova Madonna" sem os "problemas" da verdadeira.
No Brasil, nunca tivemos algo parecido e, talvez, nunca teremos. Talvez, em país algum houve uma Madonna, nem mesmo nos Estados Unidos, onde ela nem é tão popular assim, mas conta com prestígio e status de rainha, assim como na Inglaterra. Mas no fundo, Madonna é do mundo. Suas músicas são fáceis e de bom gosto, perfeitas para aulas de inglês e sua carreira ultrapassou 30 anos, sempre em alta. Sem jamais conhecer o fracasso. Sim, ela viveu o sonho americano, mas jamais viveu uma vida americana.
Ariel Pádua
No Brasil, nunca tivemos algo parecido e, talvez, nunca teremos. Talvez, em país algum houve uma Madonna, nem mesmo nos Estados Unidos, onde ela nem é tão popular assim, mas conta com prestígio e status de rainha, assim como na Inglaterra. Mas no fundo, Madonna é do mundo. Suas músicas são fáceis e de bom gosto, perfeitas para aulas de inglês e sua carreira ultrapassou 30 anos, sempre em alta. Sem jamais conhecer o fracasso. Sim, ela viveu o sonho americano, mas jamais viveu uma vida americana.
Ariel Pádua
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