domingo, 26 de abril de 2009

Refúgio

O mundo atual passa por uma crise financeira, de valores, de ideologias (ou da falta delas), de choques políticos e religiosos. Para tentar entender este contexto e apresentar novas propostas e saídas é preciso compreender o que se passa. Isso significa interpretar, refletir e questionar.

A simples leitura passiva de entretenimento, pode ser válida na educação infantil, mas como mero passatempo de adultos resulta em mais um modo de alienação. Tanto faz se a leitura é popular ou erudita se não há nesta arte a intenção de provocar a reflexão ou de transformar o leitor em autor da sua própria história de vida, um transformador da realidade ao seu redor.

Portanto, a leitura crítica é fundamental na formação de cidadãos conscientes e ativos e torna-se ainda mais importante em tempos de crises e de falta de perspectivas. O pensamento vem antes da ação. Sem uma estratégia, uma meta, um sonho, o ser humano torna-se um mero escravo do sistema vigente.

A leitura liberta e apresenta novas possibilidades pessoais e comunitárias. Até mesmo os escravos, que eram privados dos livros, tinham seus líderes que por alguma razão tiveram acesso a algum conhecimento extra, possuíam boa oratória e poder de convencimento.

Sem o conhecimento proveniente dos livros, do debate de idéias, da filosofia, da sabedoria de vida, pessoas prendem-se a informações propagadas pela mídia e pelas igrejas (órgãos sempre duvidosos devido aos interesses comerciais e políticos). Com isso, as pessoas ficam a mercê dos fatos e, sem um refúgio no “mundo das idéias”, não é possível sonhar, apenas aceitar o fim.

Ariel Pádua

2 comentários:

Projeto Geografia UEMG EEMJO disse...

Fantástico Ariel...essa pegada jornalística é surpreendente....essa levedura de passar de poema reflexivo para jornalístico bombástico é demais!!!

VIVA VIVA VIVA...

Flavia Zentil disse...

Cada vez que entro aqui eu fico boquiaberta. Sério. E reflito: "Santa Internet promotora das facilidades à verdadeiros bons conteúdos como este."


Parabéns, menino!