Utilizo-me aqui de palavras finas, recursos literários e engodos poéticos para dizer aquilo que no fundo tenho medo de dizer com todas as Letras, e, assim suportar a liberdade e a sucessão dos dias e neste dia decidi não chorar. Vacinado, não chorei. Pensei nas bruxas e nos carros de luxo. Os velozes e furiosos nunca vão muito longe. Deslizo agora para a inconsciência: fingidas penas perecíveis cenas tecidas de compaixão trágica. Quando a vida grita: não! A luz do sol vale mais que qualquer pensamento. A arte distrai, o amor cura. O contrário também é válido e até mais usual. Hoje, em dia. Contudo, e, contratudo, sempre haverá o sorriso. O sorriso resume a beleza do mundo. A beleza possível congelada no calor do momento. O desenho das palavras é um descanso para a alma descascada que almeja sonhos. O som das palavras é música, é musa, é macho, é Moisés exasperado no Monte. Sinais. E a música é o mundo. O pensamento matou a Morte. Som é pensamento: materializado, vibrando, viajando no tempo e desprezando ouvidos despreparados para o instante final de um novo começo. Minto: chorei.
Ariel Pádua
* * *
"Uma opinião é uma grosseria, mesmo quando não é sincera."
Fernando Pessoa
"Os fanáticos da lógica são insuportáveis, como as vespas."
Nietzsche
sábado, 16 de maio de 2009
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