quinta-feira, 7 de maio de 2009

História com H

Esta história não é uma história porque não é linear, não é dividida em três Atos e, semanticamente, não é história nem estória. Não tem rosa nem romance. Não pertence a mim. Não pertence aos homens, menos ainda às mulheres que são um subproduto da civilização, contudo, são o centro, o óbvio, o útero, a matriz. Mesmo assim, por alguma razão que Freud complicou, Kafka confundiu e Clarice bem que tentou clarear, Elas estão, de modo geral, fora dos livros, a margem da “história” e agora uso aspas para deixar nítido que a história não é a história e que 1 + 1 não é igual a 2 e a mulher representa este processo do mundo, da lua, de gerar vida e aconchego no mundo da caça e do caçador. E, agora, a civilização com suas novas tecnologias e facilidades, resultado da “história dos homens” deixou a mulher novamente a margem, mas dessa vez sem função. Se antes a mulher era a rainha do lar, agora não é rainha nem da cocada preta, escrava, costela. E o poder ainda nas mãos dos “homens”: agora versões andróginas, mulheres com pênis, poder e pavio curto. Mamilos só de enfeite. Belos, egocêntricos, dominadores (como muitas mulheres-mulheres, é verdade), mas os homens-mulheres são todos os homens, de todas as épocas. Fenomenais jogadores de futebol, eleitos por comentaristas de TV, que nas horas vagas divertem-se com outros homens-mulheres (ou mulheres-homens). E a conclusão disso tudo é que estórias mal contadas, se muito contadas tornam-se verdades universais, perfeitas. Mas na verdade tudo não passa de ilusão de ótica. Pura ilusão de ótica se o que nos separam são apenas pequenos acessórios biológicos e roupas. Roupas. Adoro jiló. A vírgula é minha, coloco onde quero. O homem-homem é um produto da guerra, da força física (hoje, mantida nas academias de musculação). A tecnologia torna todos os seres equivalentes e igualmente desimportantes para o curso da história. Com ou sem h.

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