No corre-corre cotidiano, frente às tolices frequentes da falta de tempo, sinto o gosto de mofo exposto no rosto de todos. Vejo gênios presos em lâmpadas com seus egos cheios de gás hélio. Nenhum ombro amigo quando você mais precisa porque na vida real não há coadjuvantes, todos são principais, apenas conservantes e conservadores. Palavras mal colocadas e desencontros e o que sobra é lixo não-reciclável: mágoas. Quando faço tudo diferente, tudo acaba igual. Tudo acaba. Mas o jogo não. Esse nunca acaba. Esse jogo mórbido e mercenário ocupando um lugar onde só poderia haver entrega e cumplicidade. E a segunda chega implacável com seus comentários ridículos sobre futebol. Toda relação é uma competição: agressividade subliminar, teatro de mau gosto que no meio do furacão separa as aparências do verdadeiro valor. O protagonista fica só em cena. As luzes acendem e não há ninguém na platéia.
Ariel Pádua
Um comentário:
Esse título... esse final...
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